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Concepções de espaço: do Renascimento às Realidades Mistas

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Aproveitando os últimos posts que tratam do festival Arte.mov, coloco abaixo a URL para o meu texto publicado na revista online do evento, que trata das concepções de espaço na arte, desde o renascimento até os trabalhos de realidades mistas. Falo de um espaço perspectivo, mais rígido, visto no renascimento, passando pelas tentativas de ruptura na Arte Moderna, e finalizo com a análise do trabalho do grupo britânico Blast Theory.

Veja aqui:
http://www.artemov.net/page4/revistas.php?edition=13&article=48

Este texto é parte da minha pesquisa de pós-graduação lato-sensu, desenvolvida no Senac em 2006, sob orientação da Profa. e Dra. Priscila Arantes



Simpósio Vivo arte.mov em São Paulo

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Na noite de ontem (27/11), participei como debatedor no Simpósio Vivo arte.mov em São Paulo, diante de uma mesa com grandes nomes da arte em mídias móveis como: Fernando Llanos (México), Laura Beloff (Finlândia) e Nick Tandavanitj | Blast Theory (Reino Unido). A palestra teve mediação de Lucas Bambozzi e ao meu lado, também como debatedor, esteve Fabrício Muriana.

Fernando Llanos, Nick, Lucas Bambozzi e Laura Belof

Fernando Llanos (México), Nick Tandavanitj | Blast Theory (Reino Unido), Lucas Bambozzi (curador do festival) e Laura Beloff (Finlândia)

Veja toda a programação do Simpósio no link: http://www.artemov.net/page4/noticias.php?idnot=20

A mesa de ontem tratava dos seguintes assuntos:

Realidades mistas: convergências esperadas x convergências implantadas
Artistas convidados para a exposição O Lugar da Arte em Deslocamento discutem os principais desenvolvimentos na área da realidade mista, em que sistemas de rede distribuídos pelo espaço constroem a chamada “internet das coisas”, ao entrelaçar corpos e cidades a camadas virtuais que os modificam.

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Nick apresentou o game de realidade mista “Can You See Me Now?”, que pode ser visto em meu último post, apresentando toda a trajetória do grupo Blast Theory até chegar a este game. Eles partiram de uma relação com o teatro, com apresentações onde eles deveriam se submeter ao público, se submeter ao possível prazer de perder o controle da situação. Um dos extremos dos trabalhos do grupo, antes de começarem a desenvolver os games de realidades mistas, foi um evento em que as pessoas deveriam cadastrar seus celulares para serem sequestradas por dois dias pelo grupo. Ou seja, ao invés deles estarem se apresentando, era a pessoa que se colocava em situação de exposição ao grupo. Para conhecer mais o trabalho do grupo, acesse: www.blasttheory.co.uk

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Já Fernando Llanos, que também apresentou o seu percurso, que começa nos desenhos e na pintura, quando ainda era muito jovem, passando para o desenvolvimento de vídeos e posteriormente videos para web, sempre acompanha os quadrinhos e estabelece uma observação e relação muito forte com sua cidade (Satélite), no México. Ele observa o deslocamento diário das pessoas da periferia aos grandes centros, sempre carregadas de muitas coisas (sacolas, material de trabalho, cadernos, etc). Os vídeos que neste momento ele apresentava na web, passam a não ser suficientes, pensando que apenas 14% da população mexicana tinha acesso à internet neste momento. Desta forma, ele vai para as ruas e começa o seu trabalho, projetando primeiramente nas torres que ficam em meio ao trânsito da cidade Satélite no México e depois em vários outros espaços. Em sua passagem pelo Brasil, projetou em Porto Alegre e agora em Belo Horizonte. Fernando desenvolve vestimentas equipadas com “mixer” de vídeos, projetor, laptop, joysticks, entre outros elementos que lhe permitem realizar uma espécie de VJ nas ruas da cidade. Os vídeos exibidos são sempre muito específicos ao local onde acontecerão as projeções. Durante o seu percurso, desenvolveu algumas formas de se locomover na cidade com tantos equipamentos, estas formas incluem, uma bicicleta, uma motocicleta, patins, skate, entre outros. Fernando se denomina VIDEOMAN. Para saber mais sobre sua produção, acesse: www.fllanos.com

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Já a artista Laura Beloff, além de seu percurso, que passa pela utilização funcional das mídias disponíveis no mercado, apresentou seu projeto atual chamado Head (wearable sculputure), que se trata de uma segunda cabeça que ela anda e convida as pessoas a adotarem esta cabeça pelo tempo que elas quiserem. A cabeça possui um celular dentro dela, habilitada para receber mensagens SMS das pessoas e ao receber uma mensagem, ativa a câmera do celular, que tira uma foto do local onde a cabeça está, captura um trecho de som e envia a imagem ao flickr e à pessoas que enviou a mensagem. Veja mais em: http://www.realitydisfunction.org/head/

Ao final das apresentações, me interessou saber qual era a relação dos dispositivos e dos trabalhos, no espaço urbano, pensando que estão sempre tão em evidência no trabalhos dos 3 artistas. A pergunta também se extende à curiosidade de pensar que os dispositivos inicialmente são produzidos para um uso tão pessoal, e que aqui, com estas apresentações, parecem que não só estabelecem contatos de proximidade, mas funcionam como produtores de sentido público.

Uma outra questão, mais diretamente relacionada ao Nick, foi colocada para saber como ele pensa o número de interfaces e dispositivos que precisam utilizar os jogadores que correm no espaço físico, dentro do game “Can You See Me Now?”, se estes dispositivos aproximariam as pessoas de uma realidade mista ou afastariam.

Fabrício ainda pergunta sobre as possibilidades de propostas como estas serem utilizadas por um sistema mais comercial, com ou sem autorização dos artistas.

Para quem ainda quiser acompanhar, o simpósio continua hoje e a exposição deve ir até o final de semana.



Can You See Me Now? (Blast Theory)

Eu, como runner do game CYSMN

Escrevo para falar da minha participação no game Can You See Me Now, do grupo britânico Blast Theory.

Ainda não escrevi nenhum texto que relata a minha experiência com o game, mas adianto que foi muito interessante, apesar das dificuldades em conviver com tantos dispositivos, pensar no espaço físico, no virtual, falar em inglês, fotografar com celular, verificar a posição dos runners (jogadores na rua) e dos players (online), etc.

Seguem abaixo algumas fotos, um vídeo e uma breve explicação de como funciona o game.

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Há alguém que você não vê há muito tempo?

Can You See Me Now? é um jogo de perseguição em tempo real jogado on-line e nas ruas da cidade.

Os jogadores são inicialmente “jogados” em posições aleatórias em um mapa virtual das ruas em torno da Praça Duque de Caxias, no Bairro de Santa Tereza em Belo Horizonte.

Claudio Bueno, jogando online

Seguido por satélites, os corredores do espaço físico aparecem on-line via localização geográfica indicada pelo GPS e uma interface 3D.

parte da interface do game quando o jogador online é pego

Usando comandos do computador, os jogadores on-line tentam fugir pelas ruas virtuais, emitindo mensagens e trocando informações, táticas e estratégias com outros jogadores on-line. Uma emissão de áudio “ao vivo” é gerado a partir dos walkie-talkies dos corredores das ruas para os corredores online.

Se um corredor se aproximar ao menos 5 metros de onde esta um jogador no espaço virtual, uma foto correspondente ao lugar, no mundo físico, será enviada  e sua partida terminada.

claudio bueno, correndo no game "can you see me now?"

claudio bueno, correndo no game "can you see me now?"

uma das criadoras do game

Blast Theory apresentou o game de realidade mista nas ruas de Sta Tereza, Belo Horizonte, nos seguintes dias e horários: quinta 20/11 e sexta 21/11 às 16 hrs, e sábado 22/11 às 11hrs. A base de controle foi o Sobradão da Seresta, na Pça Duque de Caxias.

Visite o site do Blast Theory: www.blasttheory.co.uk
Conheça todo o projeto “Can You See Me Now?” através do link: http://www.blasttheory.co.uk/bt/work_cysmn.html

Veja um vídeo do game em Tokyo, não é muito bom mas ajuda a entender um pouco mais (em breve publicarei o de Belo Horizonte):